Nas últimas décadas vimos o aumento exponencial em adeptos ao estilo de vida vegetariano e vegano, e com isso também a procura por suplementos proteicos a base de vegetais. Logo algumas adequações nutricionais se tornam importantes buscando atingir os valores necessários de macro e micronutrientes para saúde e performance.
Todavia, entre os macronutrientes a proteína é amplamente discutida na literatura considerando que este é um nutriente determinante para estrutura muscular entre outras funções no metabolismo humano, incluído a recuperação muscular, sistema imunológico, prevenção de lesões, considerando a abordagem para atletas.
Porém, quando falamos em proteínas podemos subdividi-las em proteínas animais e proteínas vegetais, pois bem, ao longo dos anos os pesquisadores vêm tentando mostrar a relação entre elas e quais seriam as respostas na síntese de proteína muscular.
Como trouxe no post anterior o Whey Proteín, provém da proteína do soro do leite que é um subproduto da fabricação do queijo quando separado em caseína (coalhada) e o soro (fração aquosa) por processos químicos, logo é obtido os diferentes tipos de Whey, ambos contendo um perfil dos 20 aminoácidos que formam a proteína incluindo os aminoácidos essenciais (EAA), aqueles os quais precisamos obter através da alimentação. Já a proteína vegetal é oriunda de produtos vegetais, tais como, soja, arroz, batata, ervilha, quinoa, amaranto, entre outros, porém as proteínas vegetais não contemplam a cadeia dos 20 aminoácidos principalmente os EAA, seria essa uma das principais relevâncias.
Logo, é observado que a ausência de um ou outro aminoácido dessa cadeia pode interferir no processo de síntese proteica muscular, pois nos alimentos vegetais possivelmente a leucina, lisina e a metionina podem estar ausentes, pelo menos 1 deles em um ou outro alimento.
Pois bem, você deve estar se perguntando, então a proteína vegetal não é interessante para o atleta?
Depende, digo isso porque depende da forma que está disponível e como você vai consumi-la. Sabendo isso a indústria adequa e contempla em seus produtos alimentos de fontes vegetais diferentes os quais se complementam, assim como deve ser a distribuição no seu prato, neste caso temos o nosso tão valioso e apreciado feijão com arroz, arroz rico em metionina e císteína porém pobre em lisina e o feijão complementando esse perfil de aminoácidos sendo rico em metionina, logo temos a cadeia de aminoácidos completa.
Como também dito no post anterior, seja como suplementação ou alimentos fontes de proteína animal ou proteína vegetal, o importante é adequar os valores consumidos diariamente a necessidade individual considerando suas características físicas e fisiológicas. Porém, no caso da proteína vegetal ofertar sempre fontes diferentes de alimentos vegetais, assim como em suplementos buscar blends com boas fontes de proteínas, assim nos asseguramos deste perfil de aminoácidos completos e a síntese proteica tão importante.
JANAINA PORTO ALEGRE
Nutricionista – CRN 3611